segunda-feira, 19 de novembro de 2012

CONSCI~ENCIA NEGRA 2012



Olívio Cerqueira, Luciana Axé e Iara Mendes Rocha



Padre Antônio Alvimar, Junior, Luciana Axé e Mateus



Padre Antônio Alvimar e Luciana Axé






domingo, 18 de novembro de 2012

Dom Hélder Câmara: O Mestre da Justiça - parte1 -.

Cultura material e Arte africana - Geografia

Cultura material e Arte africana - Geografia

História da Arte - África

Introdução A arte africana é um conjunto de manifestações artísticas produzidas pelos povos da África subsaariana ao longo da história. História e características da arte africana O continente africano acolhe uma grande variedade de culturas, caracterizadas cada uma delas por um idioma próprio, tradições e formas artísticas características. O deserto do Saara atuou e continua atuando como uma barreira natural entre o norte da África e o resto do continente. Os registros históricos e artísticos demonstram indícios que confirmam uma série de influências entre as duas zonas. Estas trocas culturais foram facilitadas pelas rotas de comércio que atravessam a África desde a antiguidade. Podemos identificar atualmente, na região sul do Saara, características da arte islâmica, assim como formas arquitetônicas de influência norte-africana. Pesquisas arqueológicas demonstram uma forte influência cultural e artística do Egito Antigo nas civilizações africanas do sul do Saara. A arte africana é um reflexo fiel das ricas histórias, mitos, crenças e filosofia dos habitantes deste enorme continente. A riqueza desta arte tem fornecido matéria-prima e inspiração para vários movimentos artísticos contemporâneos da América e da Europa. Artistas do século XX admiraram a importância da abstração e do naturalismo na arte africana. A história da arte africana remonta o período pré-histórico. As formas artísticas mais antigas são as pinturas e gravações em pedra de Tassili e Ennedi, na região do Saara (6000 AC ao século I da nossa era). Igbo-Ukwu: arte africana em bronze Outros exemplos da arte primitiva africana são as esculturas modeladas em argila dos artistas da cultura Nok (norte da Nigéria), feitas entre 500 AC e 200 DC. Destacam-se também os trabalhos decorativos de bronze de Igbo-Ukwu (séculos IX e X) e as magníficas esculturas em bronze e terracota de Ifé (do século XII al XV). Estas últimas mostram a habilidade técnica e estão representadas de forma tão naturalista que, até pouco tempo atrás, acreditava-se ter inspirações na arte da Grécia Antiga. Os povos africanos faziam seus objetos de arte utilizando diversos elementos da natureza. Faziam esculturas de marfim, máscaras entalhadas em madeira e ornamentos em ouro e bronze. Os temas retratados nas obras de arte remetem ao cotidiano, a religião e aos aspectos naturais da região. Desta forma, esculpiam e pintavam mitos, animais da floresta, cenas das tradições, personagens do cotidiano etc. Chegada ao Brasil A arte africana chegou ao Brasil através dos escravos, que foram trazidos para cá pelos portugueses durante os períodos colonial e imperial. Em muitos casos, os elementos artísticos africanos fundiram-se com os indígenas e portugueses, para gerar novos componentes artísticos de uma magnifíca arte afro-brasileira.

domingo, 13 de maio de 2012

CORAL PAZ E BEM


Coral PAZ E BEM

Igreja Sao Francisco de Assis
REGENTE : Olivio Rocha Cerqueira


APRENSETAÇÃO NA E.E.HAMILTON LOPES - HOMENAGEM ÁS MÃES
26 DE MAIO DE 2012

 

sábado, 12 de maio de 2012

PROJETO "TERRA FORMICIS"

Notícia na Intranet da Secretaria de Estado de Defesa Social sobre o PROJETO TERRA FORMICIS



A HISTÓRIA DE MONTES CLAROS

1768 - Arraial das Formigas. Expedição Espinosa - Navarro, composta por 12 homens determinados, talvez espanhóis e portugueses, foi a primeira a pisar as vastas terras da Região do Norte de Minas, habitada pelos índios Anais e Tapuias. Mas era muito cedo ainda para fundar as cidades do sertão, longe do litoral. Bandeirantes partiram de São Paulo, procurando pedras preciosas, e embrenharam-se pelo sertão do Norte da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Fernão Dias Pais, Governador das Esmeraldas, organizou a mais célebre Bandeira, para conquistar "Esmeraldas", da "Serra Resplandecente".
Antônio Gonçalves Figueira, que pertencia à Bandeira de Fernão Dias, acompanhou-a até às margens do Rio Paraopeba, onde com Matias Cardoso, abandonou o chefe, regressando para São Paulo, chegando lá dois anos depois.
Seduzidos pela fertilidade do Sertão Mineiro e talvez, na esperança de conquistarem riquezas, Antônio Gonçalves Figueira e Matias Cardoso retornaram, tornando-se colonizadores caçando índios, construindo fazendas, cujas sedes se transformaram em cidades.
Formou três grandes fazendas: Jaiba, Olhos d'Água e Montes Claros, esta, situada nas cabeceiras do Rio Verde, pela margem esquerda, próxima a montes formados por Xistos Calcários, com pouca vegetação. Pelo alvará de abril de 1707, Antônio Gonçalves Figueira obteve a sesmaria de uma légua de largura por três comprimentos, que constituiu a Fazenda de Montes Claros. Formigas foi o segundo povoado da Fazenda Montes Claros. Gonçalves Figueira para alcançar mercado para o gado, construiu estradas para Tranqueiras na Bahia, e para o Rio São Francisco. Era grande o seu interesse de expansão do comércio de gados, e com isto, procurou ligar-se ao Rio das Velhas e também à Pitangui e Serro. A região foi se povoando e a Fazenda de Montes Claros transformou-se no maior Centro Comercial de Gado, no Norte de Minas Gerais.
O próspero Arraial de Formigas, depois Arraial de Nossa Senhora da Conceição e São José de Formigas, Vila de Montes Claros de Formigas e por fim cidade de Montes Claros. Iniciou-se assim, em local diferente da sede de Antônio Gonçalves Figueira, em torno da Capela erguida por José Lopes de Carvalho.

1831 - Vila de Montes Claros de Formigas
Cento e vinte quatro anos após obtenção da Sesmaria, por Antônio Gonçalves Figueira, dono e construtor da Fazenda de Montes Claros, já estava o Arraial de Nossa Senhora de Conceição e São José de Formigas, suficientemente desenvolvido para tornar-se independente, desmembrando-se de Serro-Frio. Pelo esforço dos líderes políticos o Arraial foi elevado a Vila pela Lei de 13 de outubro de 1831, recebendo o nome de "Vila de Montes Claros de Formigas".
Os vereadores, primeiros líderes construtores do progresso de Montes Claros, naquele tempo longínquo: José Pinheiro Neves (Presidente), Laurenço Vieira de Azevedo Coutinho, Luiz de Araújo Abreu, Antônio Xavier de Mendonça, Francisco Vaz Mourão e Joaquim José Marques, que substituiu José Fernandes Pereira Correia. A 22 de julho de 1834, toma posse o primeiro Juíz Municipal Dr. Jerônimo Máximo de Oliveira e Castro. Apareceram na Vila, os primeiros médicos e facultativos: Manoel Hipólito de Palma, com licença para exercer a profissão de Cirurgião.
Outros facultativos apareceram em 1835, e, em 1847, chega à Vila o primeiro médico formado: Dr. Carlos Versiani.
A Vila de Montes Claros de Formigas desenvolvia-se pelo esforço dos líderes, os costumes eram primitivos, em casa faziam-se comida, as quitandas, o sabão, as rendas de almofada, tecidos no tear, etc. Em 1817 já havia três sobrados: O do Cel. João Alves Maurício, o do Simeão e o Mirante. Outros foram construídos, tinham piso de assoalho, maior número de janelas e melhor acabamento.

1857 - A Vila de Montes Claros de Formigas passa a Cidade
Em 1857, a Vila Montes Claros de Formigas teria pouco mais de 2.000 habitantes, mas os políticos já pleiteavam a elevação à cidade, pois os melhoramentos existentes eram os mesmos de quase todos os municípios da Província.
Assim, pela Lei 802 de 03 julho de 1857, a Vila passou a cidade - Cidade de Montes Claros, sem formigas, que desagradava a todos os formiguenses. A partir dali seriam "montesclarenses".
A 12/07/1858 tomaram posse os novos vereadores. Por muito tempo, o aspecto da cidade permaneceu quase o mesmo. O desenvolvimento da cidade continuava lento, pois os meios de transporte permaneciam: Cavalos e liteira para as pessoas, carros de bois e tropas de burros que conduziam mercadorias, num comércio mútuo, suadas andanças pelas estradas estreitas e poeirentas, muitas delas abertas pelos bandeirantes.
Linha do Tempo
. O Governador da Província Joaquim Pires Machado Portela, criou em 1871, o Hospital de Caridade, depois chamado "Santa Casa de Caridade".
. Um grande passo para o progresso da cidade foi a criação da Escola Normal, em 1879. Foi instalada no dia 02/02/1880 no prédio no. 46, na antiga Rua Direita, hoje Justino Câmara.
. Importantíssima a data de 24/02/1884, pois sai o primeiro número do Semanário "Correio do Norte".
. 14 de setembro de 1886 inauguração da Capela de Santa Cruz (simplesmente Capela do Morrinho).
. A indústria em Montes Claros começou com a fábrica do Cedro em 1882, que em 25/07/1889, foi destruída por grande incêndio.
. O Mercado Municipal foi inaugurado no dia 03/09/1899. Situado no largo de cima, hoje praça Dr. Carlos Versiani, era construção imponente com uma torre bem alta, onde o relógio, doado por Dona Carlota Versiani, badalava as horas, não deixando ninguém perder o horário.
. A inauguração da 1ª "linha telegráfica" da cidade deu-se no dia 27/10/1892.
. Outro importante estabelecimento de ensino em Montes Claros de Ontem, e que perdura até os dias atuais, é o Colégio Imaculada Conceição, fundado pelas irmãs de Berlear que aqui chegaram no dia 14/06/1907.
. O grupo escolar Gonçalves Chaves tem destaque especial, por ser o primeiro a instalar-se na cidade, bem como a Escola Normal.
. A Banda de Música Euterpe Montesclarense fundada em 1856, por Dona Eva Bárbara Teixeira de Carvalho, perdurou por mais de cem anos.
. A 10 de dezembro de 1910, São Pio X criou o Bispado de Montes Claros, tendo sido nomeado primeiro Bispo Dom João Antônio Pimenta pela bula "Comissum humilitati nostre", de 07/03/1911.
. Dom João Pimenta celebrou a primeira missa pontifical, no dia 08/10/1911.

12.4.1707
Fundação Fazenda Montes Claros
18.6.1759
Instituição do Patrimônio e Criação da 1ª Escola
13.10.1831
Lei criando a Vila de Montes Claros de Formiga
16.10.1832
Posse da 1ª Câmara (Vila de Formiga)
05.12.1832
Criação do Serviço de Correios
13.01.1847
Chegada do 1º Médico - Dr. Carlos Versiani
1856
Fundação da 1ª Banda de Música
03.7.1857
Elevação à Cidade (Cidade de Montes Claros)
21.9.1871
Fundação da Santa Casa
21.3.1879
Criação da Escola Normal Oficial
1880
Instalação da 1ª Fábrica de Tecidos
22.2.1884
Aparecimento do 1º Jornal "Correio Norte"
22.10.1892
Inauguração Serviço Telegráfico
16.8.1900
Entra na cidade a 1ª Bicicleta
05.1.1909
Criação do 1º Grupo Escolar
10.12.1910
Criação do Bispado
07.12.1912
Instalação do Serviço Telefônico Urbano
1914
Instalação do 1º Cinema (Cinema Recreio)
20.1.1917
Inauguração da Iluminação Elétrica
12.7.1920
Fundação da Associação Comercial
10.11.1920
Chegada do 1º automóvel
01.7.1926
Inauguração da E.F.C.B (Estação)
18.12.1938
Inauguração do Serviço de Água Potável
09.5.1945
Inauguração da ZYD-7
31.12.1945
Fundação do Rotary Clube de Montes Claros
30.6.1956
Instalação do Serviço de Telefone Interurbano
28.7.1956
Instalação do 10º Batalhão
A cidade de Montes Claros está cercada de morros límpidos - num dos quais uma poética igrejinha, construída no século passado, guarda a comuna.
Capela de Santa Cruz do Morrinho
Dona Germana Maria de Olinda, fizera uma promessa: construir uma capela no alto do Morrinho, angariando esmolas. Alcançada a graça, saiu pedindo ajuda e todos contribuíram generosamente. Abriu a subscrição a 24 de fevereiro de 1884 e dois anos depois a Capelinha estava erguida. 14 de setembro de 1886 - Inauguração da Capela Santa Cruz.
Quase toda a população do mais graduado aos mais humildes, acompanhou a imagem do Senhor do Bonfim, levada em procissão da Matriz à Capela. A imagem doada pelo Dr. Augusto Veloso, embora sendo do Senhor do Bonfim, não deu nome à Capela, que foi designada de Capela de Santa Cruz. Com a introdução da imagem de São Geraldo, passou a ter este nome. também é chamada simplesmente Capela do Morrinho. Em um humilde sepulcro, no seu interior, estão os restos mortais de Dona Germana.

CULTURAL E ESPORTIVO
Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez
O Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez, constitui-se em um marco cultural na vida de Montes Claros. Antes, as vocações artísticas sem orientação e amparo. Depois, a oportunidade para todos, a revelação de muitos, realmente artistas, que se projetaram além de Montes Claros.
Dona Marina Helena Lorenzo Fernandez Silva, filha do maestro Oscar Lorenzo Fernandez, chegou a Montes Claros em 1947. Percebendo a potencialidade dos montesclarenses, quis logo fazer um "Conservatório". Em março de 1.961 Simeão Ribeiro Pires entregou as chaves de uma casa situada à Rua Dr. Veloso 486, para que ali funcionasse o Conservatório, que funcionou como Conservatório Municipal até sua estadualização em 1962, com o nome de "Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez". Em 1975 transformou-se em um Centro Interescolar de Artes.
O Conservatório cresceu de tal forma, transformando-se em modelo para todos os conservatórios de Minas Gerais. Tem ainda o Grupo Folclórico Banzé, reconhecido nacional e internacionalmente (atualmente conveniado e representando também a UNIMONTES - onde o Museu do Banzé está instalado) e o Grupo Instrumental Marina Silva, já reconhecido nacionalmente.


Folclore Regional
São inúmeras as manifestações do Folclore na Região do Norte de Minas, as mesmas, de todo o País, com poucas modificações, pois tem origem comum: portuguesa, africana, e, indígena. Reinados, reisados, congados, macumbas, candomblé, cantigas de rodas, lendas, bem como as comidas típicas fazem parte da cultura popular, transmitida oralmente por muitos e muitos anos. Em Montes Claros, os reinados, os catopês e marujadas eram festas do calendário religioso, desde os tempos da Vila de Formigas.
O Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez, fez ressurgir as festas de agosto. Logo após, a Secretaria Municipal de Cultura de Montes Claros organizou o "I Festival de Folclore", sob a direção de Clarice Maciel, tornando-se desde então a fazer parte do calendário das festas populares, com sucesso. Em janeiro os Reis Magos, em maio as Coroações a Nossa Senhora, procissões e serestas, em junho, Fogueiras, em agosto, Reinados e Catopês, Marujos e Caboclinhos, em dezembro, presépios e Pastorinhas. E assim, as origens vão sendo preservadas.
Festa de Catopês
João Pimenta dos Santos (o Mestre Zanza) é o coordenador das Festas de Agosto e Presidente da Associação dos Grupos de Catopês. Dança há muitos anos, com devoção e entusiasmo, para preservar as festas tradicionais que se realizam no mês de agosto, na Semana do Folclore.
Teatro em Montes Claros
O teatro em Montes Claros teve início com o Clube São Genesco, fundado pelo Cônego Carlos Vincart. O clube apresentou 29 espetáculos, encerrando as atividades com a transferência do Côn. Vincart para São Paulo, em 1916.
No mesmo ano, foi fundado o Clube Dramático Montesclarense, por Luiz José Amorim, entusiasta da arte dramática. Novos atores surgiram, Dr. José Tomás de Oliveira, Diretor da Gazeta do Norte, dirigia os ensaios, contando com a orquestra dirigida por Tonico Faria. Incompatibilidades políticas desfalcaram o Grêmio, mas em 1920, Leopoldo Laborne Valle e outros, encenaram a peça "A menina de chocolate", maior sucesso do teatro antigo em todos os tempos em Montes Claros, eram do partido de cima.
O partido de baixo fundou então o "Grêmio Dramático Afonso Pena Júnior", apresentando como peça de estréia "Tinha de Ser". os dois rivais apresentavam-se alternadamente no Cine Teatro Renascença.
Futebol em Montes Claros
A 1º de setembro de 1916 chega o foot-ball à cidade, com a organização por vários rapazes, do Mineiro Foot-Ball Clube, que teve como 1º presidente José Magno de Alkimim Câmara. Era o Clube dos Pelados, da Rua de Cima. A 12 de dezembro do mesmo ano, foi inaugurado o Campo de foot-ball, com salva de tiros e a Enterpe Montesclarense executando dobrados e marchas.
Outro clube foi fundado em 1917, o América Foot-ball Clube, que teve o Côn. Carlos Vincart como presidente de honra e efetivo José Barbosa Neto. Revide dos Estrepes, da Rua de Baixo.
REDE DE ENSINO EM MONTES CLAROS
Aspecto Histórico da Rede Estadual de Ensino em Montes Claros
Por ser o primeiro a instalar-se na cidade, o Grupo Escolar Gonçalves Chaves, têm aqui um destaque especial.
Pelo decreto de 16 de dezembro de 1906, o Governo de João Pinheiro criou os Grupos Escolares do Estado.
Os Grupos Escolares passaram a ser "Escolas Estaduais" e hoje, na Praça Dr. João Alves, a Escola Estadual Gonçalves Chaves,é a mesma guardiã do ensino em Montes Claros.

Escola Normal
Um grande passo para o progresso da cidade foi a criação da Escola Normal, pelo Presidente da Província em 1.879. Foi instalada no dia 2 de fevereiro de 1.880, no prédio 46, na antiga Rua Direita, hoje Justino Câmara, com a Rua da Tipografia, atualmente, José de Alencar.
Em 1.888, a Escola foi transferida para o chalé situado no Largo da Caridade - Praça Dr. Carlos Versiani - esquina com a Rua Bonfim, depois Rua Bocaiúva e hoje Dr. Santos. A Escola crescia e o chalé não comportava os alunos. O Governo do Estado alugou o sobrado da atual Rua Cel. Celestino no. 75, e para lá foi levada a Escola Normal, em 1.896, onde permaneceu até 1.905, quando foi suprimida pelo Decreto no. 1.788 de 31 de janeiro. Fechar a única escola de segundo grau em toda a Região do Norte de Minas foi ato injustificável. Uma escola que teve alunos ilustres, professores, políticos que construíram o progresso da cidade, não podia ser fechada. Mas foi.
Por política ou ignorância?
O criador da Escola Normal foi o Presidente da Província Manuel Gomes Rebelo Horta, e quem decretou a supressão foi o presidente do Estado, pois o Brasil já era República, Francisco Antônio de Sales.
Dez anos depois, o Prof. João Câmara reuniu os companheiros Antônio Ferreira de Oliveira, Luiz Orsini de Castro, e Olinto Martins e de casa em casa, procurando apoio, fundaram a Escola Normal Norte Mineira, que se sustentava com as mensalidades dos alunos.
Pelo Decreto 6.170, de 29 de janeiro de 1.925 a Escola foi equiparada com o nome de Melo Vianna e, por justiça, o Prof. João Câmara foi nomeado seu Diretor.
Treze anos depois, com a cidade em pleno desenvolvimento, após a chegada da Estrada de Ferro, o Governador Benedito Valadares suprime, por decreto, dez escolas normais do Estado, entre elas, a de Montes Claros. Sua história continua.
Aspecto Histórico da Rede Particular de Ensino em Montes Claros

Outro importante estabelecimento de ensino em Montes Claros, e que perdura até os dias atuais, é o Colégio Imaculada Conceição, fundado pelas irmãs de Berlear, que aqui chegaram no dia 14 de junho de 1907. Com o apoio do Côn. Carlos Vincart, considerado também seu fundador. O Colégio se instalou exatamente no período em que estava fechada a Escola Normal, tendo mais oportunidade de crescimento, sendo fundado em 05/09/1907.
Mas foi pela sua organização e bom nível de ensino e formação social e religiosa o Colégio se impôs e tem transporto todos esses anos, com um intervalo de interrupção, entre 1923 a 1924, para reabrir no palacete do Cel. Francisco Ribeiro, na Avenida Estrela, hoje Cel. Prates.



UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
Antes da Estadualização
Criada por lei estadual, a FUNM era uma entidade jurídica de direito privado. Era administrada por um Conselho Diretor, presidido pelo diretor-geral e fiscalizada por um Conselho Curador e pelo Ministério Público.
A primeira unidade da FUNM foi a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFIL), criada em 1963.
Os primeiros cursos superiores da região foram os de Geografia, História, Letras e Pedagogia, que, a princípio funcionaram no antigo prédio do Colégio Imaculada Conceição.
Em 1969, foi criada a Faculdade de Direito (FADIR). Em 1969, foi instalada a Faculdade de Medicina (FAMED) e, em 1972, era implantada a Faculdade de Administração e Finanças do Norte de Minas (FADEC). Em 1987, surgiu a Faculdade de Educação Artística (FACEARTE). O primeiro dirigente da instituição universitária foi o professor João Valle Maurício, que ficou na direção da antiga Fundação Norte Mineira de Ensino Superior por 14 anos, deixando o posto em 1978.
Depois a antiga FUNM teve 02 dirigentes com mandatos de curta duração: os professores Fernando Dias Costa (out/78 a dez/79) e Raimundo Poincaré Deusdará (dez/79 a março/80). Em 1980, assumiu a direção-geral da Fundação o Professor Raimundo Rodrigues Avelar que permaneceu no cargo por dois mandatos, até abril de 1988, quando foi empossado o professor José Geraldo de Freitas Drumond, eleito democraticamente pelo voto direto.
A FUNM existiu oficialmente até o dia 21 de setembro de 1989. A Constituição do Estado de Minas Gerais, promulgada naquela data estabeleceu: "Fica transformada em autarquia, com a denominação de "Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, a atual Fundação Norte Mineira de Ensino Superior". Surgia um novo tempo na história do Norte de Minas: era a UNIMONTES.
Depois da Estadualização
A Lei Estadual no. 1.517 de 13/07/94, reorganiza a UNIMONTES do ponto de vista administrativo - funcional, estruturando a Universidade em centros de ensino, extinguindo as Faculdades. São criados 05 centros, sendo 01 do ensino Médio e Fundamental.
Em 1995, a UNIMONTES começou a implantar cursos fora da cidade de Montes Claros, iniciando pela cidade de Januária onde funcionam os cursos de Letras e Pedagogia. Em 1996, instalou na cidade de Janaúba o curso de Agronomia, e, na cidade de Pirapora, os cursos de Geografia e Pedagogia. Neste mesmo ano, foram criados e passam a ser ministrados em Montes Claros os cursos de Ciências da Computação, Educação Física e Enfermagem. Em 1997, o Curso de Ciências de 1º Grau é transformado em Curso de Biologia, com habilitação em licenciatura Plena e Bacharelado e curso de Matemática (licenciatura Plena), ainda neste ano, o Curso de Letras é reestruturado e passa a oferecer licenciatura única em Espanhol, Inglês e Português, e, neste mesmo ano foi criado o Curso de Odontologia.
Único Centro Universitário Público de Minas Gerais, a UNIMONTES tem um raio de ação que abrange uma área superior a 120.000 km2.
Seu atendimento se estende ao Nordeste, Noroeste do Estado (Vale Jequitinhonha e Urucuia), com influência até o sul da Bahia. A UNIMONTES, está inscrita no passado e no presente da região norte-mineira e se prolongará no seu porvir com o imenso reservatório do que ainda pode realizar.


Fundação Educacional Montes Claros - Escola Técnica
Fundação Educacional Montes Claros (FEMC), Instituição Mantenedora do Centro Educacional Montes Claros.
A Fundação Educacional Montes Claros é uma instituição privada, sem fins lucrativos, cujo objetivo é a qualificação de recursos humanos junto à população de todo o Norte de Minas, região mais carente do Sudeste Brasileiro.
Criada em 1976, por iniciativa da Associação Comercial e Industrial de Montes Claros (ACI), é mantida por um sistema de parceria entre as empresas industriais, comunidade, Governo do Estado de Minas Gerais e prestação de serviços na área de educação e tecnologia. É dirigida por empresários, executivos das empresas mantenedoras.
O Centro Educacional Montes Claros - Escola Técnica - foi autorizado a funcionar pela Portaria 240/76, da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais. Iniciou suas atividades em 30-05-76, oferecendo hoje, além dos Cursos Técnicos de Eletrônica, Eletromecânica, Química e Processamento de Dados, cursos pós 2º grau em Informática, Mecânica, Segurança do Trabalho e Eletrotécnica, em regime de Educação a Distância.
Tendo em vista a sua política de diversificação de cursos com o objetivo de adequar-se aos absorvedores de recursos humanos, aos interesses dos seus alunos e, principalmente, aumentar a qualidade humana e tecnológica da região, a Escola propõe implantar os Cursos Superiores de Tecnológico em Química e Automação Industrial.
Seu orçamento de despesas tem sido custeado pelos alunos (56% todo aluno é bolsista, mas contribui financeiramente), pelas empresas (32% através de bolsas de estudos para funcionários e alunos carentes da comunidade) e pela prestação de serviços (12%), este último responsável pelos investimentos, na maioria dos equipamentos, já que os recursos oriundos das empresas e alunos são destinados a pagamento de pessoal.
Empresas de todo o país usam a instituição para eventos, palestras, cursos e lançamentos de produtos, estabelecendo também com elas, uma parceria de excelentes resultados, algumas inclusive, fornecendo, a título de "vitrine", vários equipamentos para finalidade didática.
Desde 1976, no 1º ano de existência, a escola busca, nos seus clientes internos e externos, uma avaliação do seu trabalho e a integração Escola/Empresa é uma constante, pois teve sua criação a partir das necessidades das empresas industriais sediadas no Norte de Minas. O Setor de Integração Escola/Empresa (S.I.E.E.) ministra cursos profissionalizantes, além de cuidar do encaminhamento de alunos às empresas e supervisão de estágios. Em 1990, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizou "estudo do caso" sobre a Fundação Educacional Montes Claros, recomendando o seu modelo de ensino para países membros da Organização, através de publicação editada em Genebra. Neste mesmo ano, a revista "Perspectives", da UNESCO, publicou, em 7 línguas, o referido artigo. Em 1993, a FEMC recebeu o honroso título de "Mérito de Qualidade em Educação", conferido pelo SEBRAE.
Em julho de 1996, por proposta da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), através do seu Presidente Dr. Stefan Bogdan Salej, por convênio, a Fundação Educacional Montes Claros assumiu a gestão da Unidade SENAI e SESI na cidade de Montes Claros, acrescentando assim, a seu acervo de cursos, o Supletivo de 1º e 2º graus, Alfabetização, Telecurso de 1º e 2º graus, Aprendizagem de Menores e Qualificação Profissional.
A Fundação prepara-se, agora, para transformar suas unidades de ensino em um moderno centro de tecnologia, voltado para o atendimento aos anseios da comunidade e dos empreendimentos empresariais instalados e que venham a se instalar em Montes Claros e em todo o Norte de Minas. Em 1999, será implantado o curso de Gerente Empreendedor e Telecomunicações e, em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), serão implantados dois Cursos Superiores a nível de tecnológicos: Química Industrial e Automação Industrial.
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
É uma instituição organizada e administrada pela Indústria, mantida através de contribuições mensais das empresas industriais, das comunicações e pesca. Foi criado em 1942, com o objetivo básico de formar mão-de-obra para as empresas contribuintes; no entanto, vem ampliando sua forma de atendimento. Atua nos mais diversos níveis, modalidades e setores, com aprendizagem de menores, formação intensiva, treinamento e aperfeiçoamento de adultos e pessoal já empregado. Para cada empresa, observando suas situações peculiares, são procuradas soluções específicas.
Estudos para a expansão da rede física do SENAI de Minas, indicaram Montes Claros para sede de mais um Centro de Formação Profissional.
Em 1986, foi doado ao SENAI, pela Fundação Educacional Luiz de Paula, o terreno destinado à construção do Centro de Formação Profissional, terreno este que foi complementado em 1987, com a aquisição, por parte do SENAI, de um lote de 360 m². O CFP está instalado numa área de 4.519,35 m², sendo 2.960,50 m² de área coberta, 1.572,50 m² de área pavimentada. A forma de funcionamento e a natureza das atividades do CFP, foram planejadas observando as peculiaridades da região e a tipicidade da clientela a ser atendida.
INFRA-ESTRUTURA
Água e Esgoto
Desde 14/02/1936, com o funcionamento do "chafariz" na Praça Dr. Chaves, o Senhor Governador Benedito Valadares, inaugurou oficialmente, o "Serviço de Abastecimento de Águas", devido a ele, pois em 1935 nomeado Prefeito da cidade o Dr. José Antônio Saraiva, confiando-lhe a responsabilidade de fazer o serviço de abastecimento de água, trazendo-a do Rio Pacuí.
Trabalhando intensivamente o prefeito Saraiva fez jorrar a água dos chafarizes, o primeiro no Morrinho, o segundo na praça Cel. Joaquim Costa (fundo do Mercado Municipal). A inauguração oficial do abastecimento de água foi feita com o prefeito Dr. Santos. O Serviço de Esgoto teve início a 16 de março de 1939.
O Governador Benedito Valadares prometeu na mesma ocasião das inaugurações, mandar executar a barragem na Cachoeira de Santa Marta, que forneceria a força e luz à Montes Claros, Francisco Sá e Bocaiúva.


Energia Elétrica
Graças ao idealismo do industrial Francisco Ribeiro dos Santos, foi inaugurada a luz elétrica na cidade, com energia proveniente do Cedro, quando era Agente Executivo Dr. João José Alves. Todo trabalho inicial de implantação ocorreu na administração anterior do Cel. Joaquim José da Costa. E, a 20/01/1917, desde pela manhã até os últimos lampejos do sol, notava-se um movimento fora do comum. Às sete e meia da tarde já o trecho da rua em frente regorgitava de povo.
Quando, enfim, o cronômetro feriu as oito horas e a luz se fez clara, brilhante e majestosa, um verdadeiro delírio se apossou de todos os circunstantes, que romperam em vivas e palmas uníssonos e entusiásticos.
O Exmo. Dr. João José Alves, ilustre Presidente da Câmara, assumiu a Presidência declarando solenemente instalada a iluminação da cidade.
Agência dos Correios
A necessidade de comunicação fez os políticos pleitearem uma Agência de Correios, que foi inaugurada no dia 20/01/1833, com o primeiro caminheiro ou estafeta levando as malas com a correspondência para a Vila de Diamantina do Tejuco, de lá para Ouro Preto, a capital da Província. O caminheiro levava dez dias para ir e dez para voltar, portanto a correspondência só chegava à vila de vinte em vinte dias. No ano seguinte, foi proposta a nomeação de outro caminheiro. Cada um recebia 320 réis de diária, viajando alternadamente. Foram agentes do Correio, sem remuneração: José da Silva Souto, Sargento-Mor Antônio de Mendonça, Professor João Gualberto de Carvalho e Justino de Andrade Câmara, já remunerados os dois últimos.
Farmácia
O 1º farmacêutico formado no município foi Joaquim Teixeira Chaves de Queiroga, professor e diretor da Escola Normal. Faleceu aos 24 anos em 1892, sendo substituído pelo farmacêutico Carlos Sá Júnior, tanto na farmácia quanto na Escola Normal. Naquele tempo existiam pelo menos mais 02 farmácias, a da Santa Casa e a farmácia do Sarmento.
Rede de Hotéis em Montes Claros
O Grande Hotel São José o primeiro da cidade com instalações apropriadas - situado na Praça Cel. Ribeiro, esquina com Dr. Santos, de propriedade do Sr. José Dias de Sá, foi inaugurado no dia 19 de março de 1937, com a benção do Bispo Dom João Antônio Pimenta, auxiliado por D. Aristides de Araújo Porto, Bispo Coadjutor e presença de autoridades e convidados.
Agencias Bancárias

O crescimento comercial motivou a abertura de agências bancárias. A primeira instalada a 10/01/1926, foi a do Banco da Lavoura, tendo como agente o Sr. Cícero Pereira e situava-se na Rua Dr. Veloso, no. 490.
O Banco Comércio e Indústria inaugurou com festas sua agência, na Rua Presidente Vargas, a 15/11/1926. Mas os montesclarenses quiseram ter a própria casa bancária e fundaram o "Banco Popular de Montes Claros" em 05/07/1927. Ainda em 1927, o Banco Hipotecário e Agrícola abriu uma agência na esquina da Rua Camilo Prates com Padre Augusto, como 1º Gerente o Sr. Mauro de Araújo Moreira.
Cadeia e Fórum
A Cadeira da Vila funcionava na casa pertencente ao Cel. Francisco Vaz Mourão. Não havia cooperação mútua, daí o dono da casa exigir a mudança da cadeia. Planejaram a construção de um prédio no Largo da Matriz, que foi concluído no final
da década de 1840.
Ficava o sobrado no final da Rua Simeão Ribeiro, antigamente Rua Direita, com a frente para o Largo da Matriz. Esse sobrado serviu de Cadeia e Fórum até 1923.
TRANSPORTE
Aero Clube de Montes Claros
A aviação civil teve grande incentivo em 1937, o que levou Natércio Teixeira França e Flamarion Wanderley a irem conquistar o "brevet" na Escola Hugo Cantergiani, no Rio de Janeiro. Ao regressarem, providenciaram a fundação do Aero Clube, condição para obter-se o avião de treinamento para jovens que desejassem ser aviadores.
Nelson Vianna traz a data de 06 de junho de 1939 para a fundação do Aero Clube e Hermes de Paula, 11 de junho de 1959. O avião foi doado pelo Dr. Henrique Dosdwort, um "Piper Clube 65". Pouco tempo depois, a colônia Israelita do Rio de Janeiro, enviou o 2º avião do mesmo tempo. No entanto, perderam-se os dois.
O primeiro no Campo de pouso de Taquara/Bahia, e o segundo incendiou-se perto do cemitério local. Muitos jovens têm conquistado o brevet de aviador civil e o Aero Clube prestou muitos serviços como transportes de docentes.

Aeroporto de Montes Claros
O aeroporto foi transferido para a INFRAERO (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária) em 31 de março de 1980. A INFRAERO - Aeroportos Brasileiro administra, no Brasil, 62 (sessenta e dois) principais aeroportos. O aeroporto de Montes Claros, tem uma pista asfaltada com 45 metros de largura e 2.100 metros de extensão (comprimento). Está homologado pelo Ministério da Aeronáutica para receber aviões até o porto do Boing 737, jato que operou durante muitos anos com a VARIG. Atualmente tem de linha regular, da empresa Rio-Sul/Nordeste.
A Central do Brasil
Desde 1889 planejava-se uma estrada de ferro ligando Montes Claros à Extrema, ao Salto Grande, a São João Batista, mas todos os projetos fracassaram. Somente em 1922, quando era Ministro da Aviação o Dr. Francisco Sá, nascido na Fazenda de Santo André, pertencente ao Brejo das Almas, hoje com o nome do ilustre filho, é que se concretizou a construção da linha férrea, que se tornou de primitivo ramal, na grande longitudinal. Se o caminhão já revolucionava o desenvolvimento da região, muito mais faria o trem de ferro, porque corria em estradas próprias e era adequado ao transporte de pessoas, além de mercadorias.
Começava novos tempos.
Em 1924 o Ministro Francisco Sá inaugurava a Estação da EFC do Brasil em Bocaiúva, e veio até Montes Claros, em visita. Prometeu então, apressar a chegada da Central. Dois anos depois a 01/09/1926, chegava o Trem de Ferro em Montes Claros, com o Ministro Francisco Sá, inúmeros companheiros. Senadores, Deputados e muitos outros. Durante muitos anos Montes Claros tornou-se o ponto terminal da Central do Brasil no Norte de Minas. O trem de ferro acelerou o progresso em todos os setores, educacionais, sociais, religiosos e comerciais.

Terminal Rodoviário Hildeberto Alves de Freitas
O Terminal Rodoviário Hildeberto Alves de Freitas, que funcionava na Praça Raul Soares foi assumido pela Prefeitura Municipal em Abril de 1978. Como o prédio em que funcionava o Terminal era bastante pequeno e de instalações precárias para a grande demanda de passageiros, foi necessária a construção de um novo prédio com modernas e amplas instalações no Bairro Cidade Nova.
Conforme previsão do D.E.R, o Terminal Rodoviário de Montes Claros tem capacidade de funcionamento por um período de 50 anos, a partir da data de inauguração. Data de inauguração do novo prédio: 02/10/1982.

IMPRENSA
Histórico da Imprensa Escrita em Montes Claros
O Desembargador Antônio Augusto Velloso, foi o fundador da imprensa no Norte de Minas. No dia 24 de fevereiro de 1884 saia o primeiro número do "Correio do Norte", e desaparecido em 01 de março de 1891 com o Nº 343. É também o autor da primeira monografia do município de Montes Claros, publicada parceladamente pelas colunas do "Correio do Norte" e posteriormente enfeitada em livro. O primeiro Jornal foi o "Correio do Norte".
Jornais
"A Lira"
- Nas oficinas do Correio do Norte, Antônio Augusto Spyer, imprimiu um quinzenário .
"Montes Claros"
- Após 2 anos sem jornal, em fevereiro de 1893, Camilo Prates, Justino Teixeira Guimarães e Antônio Augusto Spyer fundaram um outro semanário, apolítico, que deu 47 números. Essa época o Dr. Honorato Alves, Presidente da Câmara, criou a imprensa oficial, adquirindo a tipografia e editando o "Montes
Claros".
"O Estudante"
- Surgiu em julho de 1893, não teve um ano de vida.
"O Operário"
- Em outubro de 1894 Euzébio Sarmento adquiriu uma tipografia e editou "O Operário", que durou até 1896.
"O Agricultor"
- Ainda Euzébio Sarmento, lança "O Agricultor" em março de 1898, o qual em dezembro de 1899 dá o seu último número .
"A Luta"
- Era lutar contra o "partidarismo extremista da politicagem perniciosa", surgiu em abril de 1899 "A Luta". Durou um ano e pouco.
"D. Joaquim"
- Em homenagem a D. Joaquim Bispo Coadjutor de Diamantina, que nos visitou em maio de 1904, os padres premonstratenses editaram um único número do Jornalzinho.
"A Opinião do Norte"
- A 10 de dezembro de 1905 apareceu o 1º número. Em 1908, o Jornal deixou de circular.
"O Boêmio"
- Milton Prates e José Barbosa Neto editaram a partir de julho de 1906 um Jornal humorístico "O Boêmio" que viveu 2 anos.
"A Veneta"
- Em dezembro de 1906, José Barbosa Neto, fundou o Jornal, humorístico também de vida curta.
"A Verdade"
- Os cônegos premonstratenses adquiriram a tipografia de Euzébio Sarmento e a 01 de maio de 1907, surgiu o primeiro número de "A Verdade".
"Opinião da Norte"
- Dera seu último número em julho de 1908; em setembro desse mesmo ano surgiu "A Opinião do Norte"; nome quase idêntico, nas mesmas oficinas, mas bi-semanário e sem obedecer a partido político. Não durou 1 ano.
"A Tesoura e O Petiz"
- Ainda em 1910 na tipografia de "A Verdade" surgiram dois jornaizinhos: "A Tesoura e O Petiz".
"O Sol"
- Em 1914 (agosto) João Chaves editou "O Sol".
"Boletim Paroquial"
- Em agosto de 1916, a paróquia imprimiu o "Boletim Paroquial".
"O Bisturi"
- Em agosto de 1916 foi lançado "O Bisturi".
"Montes Claros"
- Surge em 11 de maio de 1916 um semanário, dirigido pelo farmacêutico Antônio Ferreira de Oliveira. Depois de circular com algumas interrupções, "Montes Claros", reapareceu em 1920 sob a direção de Antônio Augusto Spyer, José Correia Machado e Honor Sarmento.
"O binóculo"
- É de 1915, dirigido por Eurípedes Moreira e Antônio Marinho.
"O Civilista"
- Circulou em 1916 dirigido por Ciro dos Anjos.
"A Escola"
- Antônio Augusto Durães e José dos Santos Câmara, alunos da Escola Normal, publicaram "A Escola".
"A Braza"
- Em 1919 surgiu "A Braza" tendo como redator João D'Aqui e
caricaturista Zé do Brejo.
"O Gelo"
- Em oposição "A Braza" apareceu "O Gelo" em 1919, redigido por Ari de Oliveira e Onofre Lafetá. Fundado por Mercês Prates e Juraci Prates.
"Formigas"
- Esse foi o título de um quinzenário de Leônidas Câmara e Alfredo Ramos, teve um 1 ano de existência, sob a projeção do "Montes Claros".
"A Liga"
- Surgiu em setembro de 1921, com um programa extraordinário - Combater o Álcool, o analfabetismo, endemias regionais, etc.
"A Ordem"
- Surgiu em 1922, durou pouco tempo.
"O Jahu"
- Surgiu em agosto de 1927, não durou 1 ano.
"A Crítica"
- Geraldo Ferreira e Joaquim Nicodemos Santana editaram "A Crítica", Jornalzinho crítico, quinzenário.
"O Trololó"
- Surgiu em março de 1926, também crítico e quinzenário.
"O cansanção"
- Jornalzinho humorístico sob a direção de 2 alunos da Escola Normal, durou pouco tempo.
"Folha do Norte"
- Fundada em 17 de setembro de 1929. Viveu apenas meses.
"A Cidade"
- J. Macedo dirigiu "A Cidade" que viveu pouco tempo.
"O Brasil"
- Jornal integralista dirigido por Armênio Veloso, Osias Profeta e João Souto. Viveu alguns meses.
"Chuvas de Rosas"
- Com o título em epígrafe surgiu um Jornalzinho único para festa de Santa Terezinha em outubro de 1930.
"O Operário"
- Surgiu em 1931 e foi publicado até 1941.
"Jornal do Sertão"
- Surgiu em julho de 1935, não teve 1 ano de vida.
"17 de julho"
- Deu apenas um número.
"Folha do Instituto"
- Órgão do Instituto Norte Mineiro de Educação, oficialmente se intitula "A Folha"
"A Voz do Estudante"
- Órgão do corpo discente do Ginásio Montes Claros.
"Grumodia"
- Inicialmente com o nome de boletim, surgiu em março de 1946.
"Gangorra"
- Surgiu em 01 de fevereiro de 1946. Viveu pouco tempo.
"Sampaio"
- Em 1948 surgiu um Jornalzinho periódico, pertencente ao Tiro de Guerra.
"O Dever"
- Órgão do Colégio "Imaculada Conceição". Em agosto de 1943 foi substituído por uma revista de publicação periódica.
"Flor de Lácio"
- Bem feita e com forte colaboração de poesias, crônicas, fotografias e noticiários.
"A Tribuna do Norte"
- Surgiu em 01 de janeiro de 1951 sob a direção do Pe. Aníbal Pereira dos Reis.
"O Craque"
- Surgiu em 1943 sob a direção de Expedito Guarinelo.
"O Faval"
- Surgiu em abril de 1954. Viveu pouco.
"O Atirador"
- Surgiu em maio de 1954 sob a direção de Augusto Freire.
"O Esporte"
- Surgiu em 17/05/54. Direção Waldir S. Batista.
"O Seminário"
- Em abril de 1955 surgiu "O Seminário" sob a direção do Pe. Paulo Pimenta.
"Montes Claros em Foco"
- Surgiu em agosto de 1956 sob a direção de Ataliba Machado.
"Encontro"
- Surgiu de 4 amigos idealistas. Direção Presidente Konstantin Cristoff. Gerente - Lúcio Benquerer. Responsável - Décio Gonçalves - Superintendente - Enok Sarmento - Redator-Chefe - Waldir Sena Batista - Dep. Artístico - Konstantin. Sua tiragem está suspensa.
"Gazeta do Norte"
- Surgiu em 5 de julho de 1918.
"Jornal de Montes Claros"
- Surgiu em 01 de setembro de 1951.
"Diário de Montes Claros"
- Surgiu em 20 de maio de 1962. Fundado pelos jornalistas Décio Gonçalves de Queiroz e Júlio César de Melo Franco.
Clube Literário Montes Clarense"
- Em novembro de 1888, fundou o Clube Literário Montesclarense, era constituído por alunos da Escola Normal, sendo seu 01 presidente Antônio Teixeira Chaves de Queiroga.
O Jornal de Montes Claros

Fundado pelo Cap. Enéas Mineiro de Souza, tendo saido o primeiro número em 01/9/1951. Em 1954 o jornalista Oswaldo Antunes, comprou o Jornal de Montes Claros, convidando para secretário Waldir Sena Batista. Foi apartir daí que a imprensa passou a se ocupar dos problemas locais e regionais, levantando as mazelas da cidade e reivindicando soluções.

Diário de Montes Claros

Fundado no dia 20 de maio de 1962, três vezes por semana, não obstante ser "diário". Fazia parte da Empresa S.A. Gráfica Editora de Jornais - SAGRES - presidida pelo Sr. Euler Lafetá e contava com 70 acionistas.

Emissora / Retransmissora de Rádio
O Jornalista Jair de Oliveira teve a iniciativa de fundar uma estação transmissora de cunho comercial. A 09/05/1944, com 250 watts na antena, era inaugurada oficialmente a então Rádio ZYD-7. Além dos programas comerciais, a Rádio ZYD-7, depois chamada de Rádio Sociedade do Norte de Minas, tornou-se um Centro de Promoções dos artistas locais. Atualmente, a Rádio Sociedade Norte de Minas, faz parte do "Sistema LBV Mundial", a partir de 01/07/1995.

Imprensa Televisada
A TV Grande Minas (com sede em Montes Claros e com 3 Sucursais: Teófilo Otoni, Curvelo e Unaí) foi fundada em 25 de setembro de 1972 (na época com o nome de TV Montes Claros e afiliada) possui hoje um total de 88 funcionários divididos
em 5 departamentos: Comercial, Jornalismo, Administrativo, Engenharia e Programação. Cobrimos uma área de 171 municípios e somos responsáveis pelo fechamento de dois telejornais diários (MGTV 1a. e MGTV 2a. edições) e um programa semanal (O Grande Minas Rural).
O Cinema em Montes Claros
O primeiro foi o "Cine Ideal", de propriedade de Joaquim Rabelo Júnior e Jaime Rebello. Num prédio hoje demolido, na esquina da Rua Lafetá, foi instalado em 1917, sucessor do "Cinema Recreio" que teve pouca duração, como o Ideal, mesmo com a entrada de apenas dez tostões. Em julho de 1921, foi inaugurado o "Cine Teatro Renascença". Esse cinema que teve vários donos, é o precursor do Cine Montes Claros.
Muitos outros serão mencionados como: O Cinema Cel. Ribeiro, o Cinema Fátima, o Cinema São Luiz, o Cinema Ipiranga, o Cinema Montes Claros (acima citado) que sobreviveram muitos deles, até os dias atuais. Atualmente Montes Claros conta com 03 salas de Cinema Movieplex, instaladas no Montes Claros Shopping Center.

INDÚSTRIA E COMÉRCIO
A Fábrica do Cedro
A Indústria em Montes Claros começou com a fábrica do Cedro em 1882. Incentivados pela Lei no. 2.389 de 13 de outubro de 1877, que prometia juros até 7% sobre o capital que não excedesse 250.000$000, para a fundação de uma fábrica de Tecidos na freguesia de Montes Claros. Manoel e Donato Rodrigues, Antônio Narciso Soares, Ângelo de Quadros e Gregório José Veloso reuniram-se com o capital de 150.000$000 e mais 100.000$000 de empréstimo e organizaram a Sociedade Rodrigues, Soares, Bitencourt, Velloso e Cia.
A fábrica começou a funcionar em 1882 com 72 teares, 127 operários e produzindo 30.000 metros de tecidos por mês. Seis anos depois, na madrugada de 25 de julho de 1889, foi destruída por um grande incêndio. A fábrica do Cedro foi arrendada e logo arrematada pelo Grupo Mascarenhas, comprada por Francisco Ribeiro e João Martins da Silva Maia, depois por Luis Pires e Jaime Rebello. Outra fábrica existia desde 1914 na Av. Cel. Prates, naquele tempo, Av. Estrela. Pertencia à firma Costa e Cia de José Antônio da Costa Júnior, Joaquim José da Costa, Deputado Camilo Prates, João Catoni e João Ribeiro da Silva.
O Cel. Luis Pires comprou-a e transferiu a do Cedro, reunindo as duas para melhor produção de tecidos. A fábrica foi vendida para Dr. Plínio Ribeiro que passou-a para o sobrinho Simeão Ribeiro Pires. Desde a transferência da Fábrica do Cedro o nome passou a ser "Fiação e Tecelagem Santa Helena", que conserva até hoje, embora pertence à Cia de Tecidos Santanense, que a comprou do Dr. Simeão.
Intendências e Comércio
As intendências eram ao mesmo tempo mercado, onde se negociavam gêneros alimentícios, utensílios, ferramentas e outros produtos, trazidos pelos tropeiros, e rancharia de todos estes. Na Rua Direita, hoje Justino Câmara, localizava-se a mais antiga intendência: a do Chico Durães - Francisco Durães Coutinho - político e Vereador. Foi construída em 1831, por José Gonçalves Pereira Branco, tendo um lado para o largo da Matriz. A outra chamada intendência do Pedro Gordo, tinha a frente para a mesma Rua Direita e um lado para a Rua da Raquel, e hoje é a Rua Padre Teixeira.
Há referências sobre mais duas intendências: a de Lucas Pereira dos Anjos, na Praça Dr. Carlos Versiani, onde hoje é a Casa Alves, e, a da família Miranda, na Rua Dr. Santos, entre a Rua Dom Pedro II e a Rua Padre Augusto.
Na antiga Rua Direita intensificava-se o comércio, passando por isso, a chamar-se Rua do Comércio. O nome de Rua Direita é hoje Rua Dr. Veloso.
A riqueza do município provinha do gado, salitre, couros e peles, que eram exportados para Diamantina, Serro, Grão Mogol e Minas Novas.

               LISTA DE EX PREFEITOS DE MONTES CLAROS
Nome: José Pinheiro Neves
Período: 1832 a 1835
Nome: Padre Felipe P. de Carvalho
Perído:1836 a 1839
Nome: Cônego Antônio Gonçalves Chaves
Período: 1840 a 1851
Nome: Dr. Carlos José Versiani
Período: 1852 a 1868 e 1892 a 1894
Nome: Cel. Justino Andrade Câmara
Período: 1869 a 1873 e 1877 a 1880
Nome: Francisco Durães Coutinho
Período: 1873 a 1876
Nome: Alferes Antônio José Domingues
Período: 1877
Nome: Sílvio Teixeira de Carvalho
Período: 1881 a 1882
Nome: Joaquim Alves Sarmento
Período: 1883 a 1886
Nome: Pedro Araújo de Abreu
Período: 1887
Nome: Vítor Quirino de Souza
Período: 1888 a 1890
Nome: Camilo Philinto Prates
Período: 1890 a 1892
Nome: Celestino Soares da Cruz
Período: 1892 a 1893
Nome: Dr. Honorato José Alves
Período: 1893 a 1896 e 1905 a 1908
Nome: Major Simeão Ribeiro Pires
Período: 1897 a 1900
Nome: Padre Augusto Prudêncio da Silva
Período: 1901 a 1904
Nome: Dr. João José Alves
Período: 1909 a 1912 e 1917 a 1922
Nome: Cel. Joaquim José da Costa
Período: 1912 a 1916
Nome: Cel. Antônio Pereira dos Anjos
Período: 1923 a 1926
Nome: Dr. João Correia Machado
Período: 1927
Nome: Pedro Augusto Veloso
Período: 1928
Nome: Dr. Alfredo de Souza Coutinho
Período: 1928 a 1931
Nome: Orlando Ferreira Pinto
Período: 1931 a 1932
Nome: Cel. João Martins da Silva Maia
Período: 1932 a 1933
Nome: Carlos Pereira dos Santos
Período: 1933 a 1934
Nome: Mário Versiani Veloso
Período: 08.03.1934 a 24.05.1934
Nome: Floriano Neiva de Siqueira Torres
Período: 1934 a 1935
Nome: Dr. José Antônio Saraiva
Período: 1935 a 1936
Nome: Dr. Antônio Teixeira de Carvalho
Período: 1937 a 1942
Nome: Dr. Alfeu Gonçalves de Quadros
Período: 1942 a 1947 e 1950 a 1955
Nome: Professor Athos Braga
Período: 1948
Nome: Carlos Leite
Período: 1949
Nome: Capitão Enéas Mineiro de Souza
Período: 1951 a 1954
Nome: João Lopes Martins
Período: 1954
Nome: Dr. João F. Pimenta
Período: 1955 a 1956
Nome: Dr. Geraldo Athayde
Período: 1957 a 1958
Nome: Dr. Simeão Ribeiro Pires
Período: 1959 a 1962
Nome: José Maia Sobrinho
Período: 1962
Nome: Dr. Pedro Santos
Período: 1963 a 1965 e 1971 a 1972
Nome: Antônio Lafetá Rebello
Período: 1966 a 1970 e 1977 a 1982
Nome: Dr. Moacir Lopes
Período: 1973 a 1975
Nome: Ivanir Pereira (Substituiu o pref. Moacir Lopes)
Período: 1976
Nome: Dr. Mário Ribeiro da Silveira
Período: 1989 a 1992
Nome: Luiz Tadeu Leite
Período: 1983 a 1988 e 1993 a 1996
Nome: Jairo Ataíde Vieira
Período: 1997 a 2000 e 2001 a 2004
Nome: Athos Avelino Perira
Período: 2005 a 2008

 
A PRAÇA
Haroldo Tourinho Filho
A família morava na doutor João Alves, praça que vi ser construida.
Era um terrenão baldio, fofo, dois dedos de um pó amarelo lembrando
ouro de aluvião. Nem árvore ou pé de mamona, sequer um reles arbusto
a adorná-lo. Total desolação, não fosse o cruzeiro enfincado no centro
da terra nua. De aroeira, certamente, pois ainda resiste, transplantado
para o interior do grupo escolar Gonçalves Chaves quando do ajardinamento
do logradouro.
Foi ali, numa esquina da praça-pó, defronte ao antigo Instituto Norte-Mineiro
de Educação (atualmente Automóvel Clube), que vi, ao vivo, meu primeiro cadáver.
Não me lembro de sangue ao lado do corpo do mulato adulto, idade indefinida,
mas comentavam ao redor ter sido o mesmo assassinado a tiros. Eram sete da
manhã, se tanto. Foi juntando gente. Uma beata de preto, a caminho da Catedral,
tomou-me pela mão dizendo que menino não podia ver aquilo. Mas ainda vi, com
o rabo do olho, cobrirem o defunto com jornais, a espera da polícia.
Ficou bonita, a praça, depois de pronta: calçadas largas, bancos, gramados,
árvores várias por crescer, flores, jardins, área de recreação em frente ao grupo
escolar e, luxo supremo na Montes Claros de então, luminárias com lâmpadas a
vapor de mercúrio!
Tornou-se a nova praça o paraíso dos namorados, soldados do batalhão da PM e rapazes
do Tiro de Guerra (ambos os quartéis ficavam ali perto, o da PM na praça Demóstenes
Rochester, que leva a estátua de Francisco Sá, e o do TG no largo de terra batida da
antiga estação ferroviária da Central do Brasil) e outros, todos caídos de amores pelas
empregadas domésticas das vizinhanças. Ah, quantas juras de amor eterno e promessas
de casamento não foram proferidas naqueles bancos! Oh, quantos suspiros e abraços, beijos
ardentes, bolinas e amassos testemunhamos nós, meninos, de passagem ou metidos nas
moitas, entreabrindo-lhes os galhos para ver e aprender!
Mas a doutor João Alves sempre foi praça mal amada: sua alma, a meninada
do grupo escolar, sempre a pisoteou, geração após geração. Exceto durante os
dois ou três anos em que o temido Bigode de Arame (Exupério Ferrador, devido ao
antigo ofício de ferrador de gado) a vigiou. Contava-se ter sido ele cangaceiro de Lampião,
daí a meninada se mijar ao vê-lo. Mas era boa gente, o Bigode. Somente assustava, o pobre
velho. E estava ali para isso, servidor que era da prefeitura, para regar plantas e gramados,
ralhar e fingir correr atrás dos pestes que pisavam na grama, arrancavam flores e
subiam nos bancos. Eu ou Roberto, até então meu irmão caçula, muitas vezes
levávamos café e pão com manteiga para ele. Nessas ocasiões podíamos observá-lo de perto.
O bigodão, de fios grossos, longos, retorcidos, realmente dava medo. Os olhos, miúdos, negros,
profundos, impenetráveis. Barba sempre por fazer. No mais a figura de cor parda, esquálida,
pobremente vestida, de alpercatas de couro cru, já andada em anos, causava antes pena do que
temor. Éramos amigos.
O toque final na praça, o arremate, fora a implantação, no lugar exato do velho cruzeiro, de
uma acrocefálica cabeça em homenagem ao médico que lhe empresta o nome. Diretamente
afixada sobre um pedestal de cimento granulado, ou seja, sem pescoço, a cabeçorra
desapareceu sem deixar vestígio alguns anos atrás. Devido ao seu peso - disseram alguns
quando do fato - simples ladrões não poderiam tê-la carregado. "Está nos porões da
prefeitura", afirmam outros. O certo é que ninguém sabe que fim levou o tal monumento, a
não ser quem o tirou de lá. Resta a base, um monolito pichado. A placa de bronze com os
dizeres de praxe, nele afixada, também evaporou...














PROJETO TERRA FORMICIS







EXPOSIÇÃO DOS TRABALHOS DO PROJETO "TERRA FORMICIS"




























O autor








Tudo da terra






Inspirado nas pinturas Aborígenes (Australia)













Máscara Indígena




Mandala






Pintura com pigmento natural












Projeto desenvolvido no CSENSA - Centro Socioeducativo do Adolescente
Nossa Senhora Aparecida
Montes Claros - MG


 O Banner


O processo

 Nichos com engobe de terra de formigueiro e pigmento matural (tauá e tabatinga)


Tauá (pigmento natural)


 Oratório de parede com engobe de terra de formiga e pigmento natural



Tauá "in natura"

Oratório de Parede


Imitando a natureza


O processo


 O produto


Paisagem em paper clay e pigmento natural (tauá e tabatinga)




OBJETOS COM MOSAICO DE CASCA DE OVO DE AVESTRUZ E
PIGMENTO NATURAL