sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

J. S. BACH III BRANDEBURG CONCERTO, DAVIDE AMODIO conducting




Os Concertos de Brandeburgo ou Concertos de Brandenburgo (mais raramente Brandemburgo) (BWV 1046-1051, título original: Six Concerts avec plusieurs instruments, em alemão: Brandenburgische Konzerte) são uma coleção de seis peças musicais composta por Johann Sebastian Bach entre 1718 - 1721, dedicados e apresentados ao margrave de Brandenburg-Schwedt, Christian Ludwig em 1721. São amplamente considerados como expoentes do barroco na música, além de estar entre os clássicos mais populares.

Estes trabalhos foram esquecidos na biblioteca do margrave até sua morte em 1734 quando foram vendidos por poucos centavos. Os concertos foram descobertos em arquivos de Brandemburgo no século XIX sendo publicados em 1850

Minas setecentistas




O pais das Minas é, e foi sempre a capitania de todos os negócios

A exploração econômica e a evolução populacional sentidas na América portuguesa no período colonial deveram-se a inúmeros fatores, tanto externos quanto internos. Relativamente a estes últimos, salienta-se prioritariamente, estudando o século XVIII, o povoamento e a colonização de Minas Gerais.
A penetração rumo ao interior exigiu que Portugal abrisse novas rotas comerciais que ligassem o litoral e os seus portos de abastecimento de mercadorias ao intricado, afastado e desconhecido "sertão" central da América portuguesa. O descobrimento e a exploração do ouro e das pedras preciosas definiram a forma de ocupação da capitania mineira. A concentração de grande quantidade de habitantes, nos centros urbanos das Minas Gerais, acelerou o desenvolvimento das novas rotas de abastecimento.
Desde o início do século XVIII, produtores rurais estabeleciam-se na circunvizinhança desses centros urbanos e ao longo dos principais caminhos que levavam às zonas mineradoras, com o intuito de fornecer os suprimentos básicos à sobrevivência daquela população.
Não só de produtores rurais vivia o abastecimento da região mineira. Para lá, também se dirigia um grande número de comerciantes ligados às casas comerciais do Rio de Janeiro, Bahia e de Portugal. Estes ofereciam aos mineiros toda a sorte de gêneros, sobretudo artigos de luxo, destinados à população mais abastada, como, por exemplo, comestíveis importados do reino, equipamentos para a mineração e instrumentos agrícolas, além de uma série de utilidades domésticas.
Os estudos das relações comerciais e dos mercadores que atuaram na capitania de Minas Gerais, na primeira metade do século XVIII, ganharam duas novas contribuições: os livros de Cláudia Maria das Graças Chaves, Perfeitos Negociantes: Mercadores das Minas setecentistas, e de Júnia Ferreira Furtado, Homens de Negócio: A Interiorização da Metrópole e do Comércio nas Minas Setecentistas.
Estas obras estão ligadas às novas abordagens historiográficas que vêm procurando entender a história mineira do século XVIII para além da economia mineradora. Tributárias de análises que chamam a atenção para a importância da agricultura de subsistência e a constituição de um mercado de abastecimento interno, articulado aos demais mercados regionais na época, esses estudos abarcam novas interpretações que nos ajudam a compreender a história brasileira, separando-a daquela vinculada ao grande latifúndio exportador, das discussões teóricas acerca do "tradicional" sistema colonial e dos ganhos obtidos com a atividade mineradora, assim como das teses que apontam para a estagnação da economia mineira após a retração aurífera, na segunda metade do setecentos. As autoras superam, destarte, esses temas para tratar da constituição e do desenvolvimento de um vigoroso mercado interno na América portuguesa. Em ambas, a preocupação central é analisar o comércio e os comerciantes mineiros da primeira metade do século XVIII.
A obra de Cláudia Chaves, Perfeitos Negociantes, tem por objetivo estudar a atuação dos tropeiros, responsáveis por quase todo o transporte de mercadorias destinadas ao comércio mineiro, e como se tornou possível a existência de um mercado interno que garantisse a circulação dos produtos importados e dos produzidos no interior das Minas Gerais.
Assim, compreender as Gerais, levando-se em consideração as práticas agrícolas e a formação de um mercado interno, praticados intensa e independentemente dos interesses metropolitanos, conduziu a autora a detectar a articulação dos tropeiros no transporte e no comércio de mercadorias, tanto originários de outras capitanias quanto os produzidos nas Minas.
Valendo-se dos códices da "seção colonial" do Arquivo Público Mineiro e das Câmaras Municipais de Ouro Preto, Mariana e Sabará, além dos códices dos livros de registro ou de passagem da Delegacia Fiscal — que são livros de "contagem" da capitania que contêm as anotações diárias dos fiéis desses postos sobre os produtos que circulavam no interior das Minas Gerais — o livro de Cláudia Chaves centra sua pesquisa na movimentação de mercadorias nas comarcas de Rio das Velhas e de Serro Frio.
A obra é dividida em quatro capítulos. No primeiro, "A economia colonial: velhos problemas, novas abordagens" procura, a partir de uma revisão bibliográfica sobre o tema do mercado interno colonial, traçar alguns pontos específicos do comércio sobre o abastecimento na capitania mineira. A seguir, em "O mundo do comércio nas Minas setecentistas", identifica os principais agentes do comércio mineiro, as suas regras e as taxas que incidiam sobre esta atividade.
No terceiro ("Um negócio bem sortido: as mercadorias do comércio mineiro") e quarto ("Perfeitos negociantes: mercadores das Minas setecentistas") capítulos, trabalhando especificamente com a documentação fazendária, Cláudia Chaves procurou levantar as rotas que levavam às Minas e os produtos que passavam pelos postos fiscais localizados naqueles caminhos. É nesse momento que encontramos a presença de personagens como Manoel Gomes Cruz, que comerciava com várias regiões das Minas Gerais e com outras capitanias, passando por vários registros, anos sucessivos, com grandes carregamentos. Ou ainda, e em grande número, diversas outras pessoas, como Antônio, Francisco, João, José, Juliana — todos "fulanos de tal" (são nomeados na obra) — que andavam pelos caminhos comercializando pequenas e variadas cargas. Comerciantes eventuais que, em muitos casos, passavam uma única vez pelos registros para vender prolongamentos de suas lides produtivas — milho, feijão, linho, açúcar, arroz, trigo, etc.
Assim, enquanto Cláudia Chaves estuda os pequenos e "itinerantes" comerciantes, Júnia Furtado analisa em Homens de Negócio a correspondência trocada entre o grande homem de negócio português Francisco Pinheiro e seus agentes comerciais, que se localizavam nas comarcas de Rio das Velhas, Serro Frio e Ouro Preto, em Minas Gerais, entre os anos de 1712 e 1744.
O livro de Júnia divide-se em quatro capítulos. No primeiro ("Fidalgos e, lacaios") apresenta o que é ser comerciante no Brasil e em Portugal no século XVIII. Trata neste item das origens da classe mercantil, sua distinção em Portugal como cristão-novo, a ordenação das companhias privilegiadas de comércio, o papel do ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, mais tarde marquês de Pombal, no desenvolvimento do comércio luso-brasileiro. Assim como da intrincada rede comercial, que os agentes comerciais portugueses estabeleceram no além-mar, fazendo com que vários interesses metropolitanos aqui se enraizassem e se misturassem aos dos mineiros, ocorrendo o que Maria Odila Leite da Silva Dias nomeou de "a interiorização dos interesses metropolitanos na colônia"1. Idéia central da obra Homens de Negócio, de Júnia Furtado.
Ao longo do segundo capítulo ("O fio da narrativa"), do terceiro ("As Minas endemoniadas") e do quarto ("Negociantes e caixeiros"), percebemos que havia duas ordens de interesses circundantes nas práticas comerciais. A primeira refere-se aos interesses portugueses que se expandiam nas Minas Gerais por meio de atividades mercantis, como o controle do abastecimento, a arrecadação de impostos sobre o transporte e o comércio de mercadorias nos registros e nas lojas abertas nos centros urbanos, e os mecanismos de endividamento da população que ficavam nas mãos dos comerciantes. A segunda dizia respeito aos interesses dos agentes de Francisco Pinheiro que, por outro lado, enraizavam-se em outras atividades comerciais, como a pecuária, a agricultura e a mineração, sendo estas práticas econômicas difíceis de serem, muitas vezes, definidas como puramente metropolitanas, uma vez que seus interesses estavam tão enraizados na terra. Esses comerciantes passavam também, com o transpor dos anos, a atuar como colonos.
A figura central da documentação estudada na obra — Francisco Pinheiro — era extremamente atenta aos seus negócios, como se percebe pelo montante de correspondência analisada por Júnia. Esses documentos estão pontilhados de instruções, repreensões e exigências quanto ao cumprimento de suas instruções e à manutenção da ordem na prestação de contas devidas. Sua fortuna foi feita à sombra da corrida do ouro, na primeira metade do século XVIII. Portanto, ao utilizar as correspondências comerciais, os inventários e/ou testamentos de 212 negociantes que atuaram nas Minas na primeira metade do setecentos e que tinham ligações com Francisco Pinheiro, assim como livros de devassas das visitações eclesiásticas, Júnia Furtado procurou acompanhar o processo de expansão e interiorização da colônia para o interior da América portuguesa. O relato de acontecimentos cotidianos, tanto públicos quanto privados, que existiram naquela época e que repercutiram nas práticas comerciais: motins, fome, intempéries, cobranças de impostos e inépcia de administradores são assuntos tratados pela autora em sua obra.
Cláudia Chaves e Júnia Furtado levam-nos instigantemente a penetrar no universo setecentista, em que as práticas comerciais permitem-nos pensar nos mecanismos metropolitanos, para levar o seu poder ao interior das Minas Gerais através das práticas comerciais e das redes informais de comerciantes que se estabeleceram nas diversas partes do reino e da América portuguesa. Tanto assim que, em 1732, o secretário das Minas enviou representação ao rei dom João V, comentando que Minas Gerais era, "e foi sempre, a capitania de todos os negócios"2. Negócios sortidos e de pequeno porte, como estudou Cláudia, e/ou grandes empreendimentos comerciais, como pesquisou Júnia.
Enfim, vendia-se nas Gerais toda a sorte de gêneros da América e de outras partes do mundo. Os mercadores mineiros especializaram-se em tudo para se tornarem perfeitos negociantes, como nos indicou Cláudia Chaves no título de sua obra.

NOTAS
* São Paulo: Annablume, 1999, 184p. (Selo Universidade. História, 87).
**São Paulo: Hucitec, 1999, 289p. (Estudos Históricos, 38).
1 Conferir: DIAS, Maria Odila Leite da Silva. "A interiorização da metrópole (1808 — 1853)". In MOTA, Carlos Guilherme (org.). 1822: dimensões. São Paulo: Perspectiva, 1982, pp. 160–184.
2 "Representação do secretário das Minas ao rei, 1732". Arquivo Público Mineiro. Seção Colonial, Códice 35. In FURTADO, Júnia. Homens de negócio: a interiorização da metrópole e do comércio nas Minas setecentistas. São Paulo: Hucitec, 1999, p. 197.

domingo, 19 de dezembro de 2010

KARL MARX



"Quanto menos comes, bebes, compras livros, vais ao teatro e ao café, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, etc., mais economizas e mais cresce o teu capital. «És» menos, mas «tens» mais. Assim, todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça."

Karl Marx


AMO-TE MUITO


AMO-TE MUITO

João Chaves

Amo-te muito, como as flores amam
O frio orvalho que o infinito chora.
Amo-te como o sabiá da praia
Ama a sangüínea e deslumbrante aurora.

Oh! Não te esqueças que te amo assim.
Oh! Não te esqueças nunca mais de mim.

Amo-te muito como a onda à praia
e a praia à onda, que a vem beijar...
Amo-te tanto como a branca pérola
Ama as entranhas do infinito mar.

Amo-te muito, como a brisa aos campos
e o bardo à lua derramando luz.
Amo-te tanto quanto amo o gozo
e Cristo amou ardentemente a cruz.

sábado, 18 de dezembro de 2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO







O QUE NÓS ENSINAM OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI?
RESUMO
Renovam-se, periodicamente, no mundo, os métodos pedagógicos, em razão da conquista do conhecimento nas suas diferentes áreas. Nos últimos anos, a valiosa contribuição da psicologia infantil abriu espaços para mais profundo e claro entendimento em torno das possibilidades de aprendizagem da criança, ensejando novas técnicas para a educação. A analogia com a prática pedagógica se mostra quando diz que a educação deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, indica o interesse, a abertura para conhecimento, que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender a fazer, mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar; aprender a conviver, aqui temos o desafio da convivência que apresenta o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento e, finalmente; aprender a ser, visto, talvez, como o mais importante, por explicitar aí o papel do cidadão e o objetivo de viver. Palavra chave: Aprendizagem, Desafios, Educação.

1-INTRODUÇÃO
Vivemos em uma sociedade que está experimentando mudanças radicais. O pior é que a velocidade com que essas mudanças estão acontecendo é algo brutal. Não podemos deixar de compreender que mudanças, geram mudanças. Como a velocidade das mesmas, nesse mundo globalizado, é intensa, a sociedade está em constante mudança em um ritmo cada vez mais acelerado. Ao longo dos anos a Educação evoluiu e continua a evoluir, e este processo pode ser compreendido na visão de pensadores e filósofos, que através de suas teorias, visam uma melhoria constante do ensino. Sabemos que alguns dos pressupostos didáticos atualmente adotados não são construções inteiramente recentes, mas foram elaborados pelos educadores ao longo do tempo, e reformulados a partir de um processo contínuo de reflexão-ação.

Toda teoria pedagógica tem seus fundamentos baseados num sistema filosófico. É a Filosofia que, expressando uma concepção de homem e de mundo, dá sentido à Pedagogia, definindo seus objetivos e determinando os métodos da ação educativa. Nesse sentido, não existe educação neutra. Ao trabalhar na área da educação, é sempre necessário tomar partido, assumir posições. E toda escolha de uma concepção de educação é, fundamentalmente, o reflexo da escolha de uma filosofia de vida.

2-OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
A educação não serve, apenas, para fornecer pessoas qualificadas ao mundo da economia: não se destina ao ser humano enquanto agente econômico, mas enquanto fim último do desenvolvimento. Desenvolver os talento e as aptidões de cada um correspondente, ao mesmo tempo, á missão fundamentalmente humanista da educação, á exigência de equidade que deve orientar qualquer politica educativa e as verdadeiras necessidades de um desenvolvimento endógeno, respeitador do meio ambiente humano e natural, e da diversidade de tradições e de culturas. E mais especialmente, se é verdade que a formação permanente é uma idéia essencial dos nossos dias, é preciso inscrevê-la, para além de uma simples adaptação ao emprego, na concepção mais ampla de uma educação ao longo de toda a vida, concebida como condição de desenvolvimento harmonioso e contínuo da pessoa. (DELORS. 2001. p 85)

Nessa visão prospectiva, uma resposta puramente quantitativa à necessidade insaciável a educação - uma bagagem escolar cada vez mais pesada - já não é possível nem mesmo adequada. Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo de mudanças.

Segundo Delors 2001; Aponta "como principal conseqüência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, pilares do conhecimento e da formação continuada.".

É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja passageiro, que se mantenha através do tempo, que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção, permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho, reinventar o pensar. Precisamos cada vez mais na educação de uma resposta quantitativa a necessidade de aprendizagem.

Uma bagagem escolar cada vez maior, mas não basta de fato, que cada um acumule no começo da vida uma quantidade de conhecimentos de que possa abster-se indefinidamente. É, antes, necessário estar a altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, ocasião para aprofundar e enriquecer seus conhecimentos e adaptar-se a um mundo de mudanças. Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda vida, serão para o indivíduo, os pilares do conhecimento:

Aprender a Fazer
Diante da rapidez que as evoluções estão ocorrendo em nosso mundo moderno, logo o aluno se perguntará: Porque aprendi tudo isso? Para mais nada me serve, porque já está desatualizado. A comissão demonstrou essa preocupação ao citar:

Embora o Aprender Ser e Aprender a Fazer são indissociáveis, queremos destacar que o Aprender a Fazer está mais relacionado a questão da formação profissional. A questão que precisa ser respondida pelo professor é: Como ensinar ao aluno a pôr em prática os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a sua evolução? (DELORS, 2001)

Devemos destacar que o Aprender a Fazer não pode, pois, continuar a ter significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo participar do fabrico de alguma coisa.

Aprender a Conhecer
O conhecimento não vem de fora, é um processo de construção e reconstrução interior. Não está nos livros, nos computadores, mas nas mentes das pessoas. A verdadeira aprendizagem é a construção ativa de conhecimentos realizada pelo sujeito que aprende. Não há aprendizagem sem que o aprendiz seja o sujeito ativo do processo, e a aprendizagem será tanto maior e melhor quanto mais ativo ele for.

Aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. (DELORS 2001, p. 89-101).

Aprender a Viver Juntos, Aprender a Viver Com os Outros
Fazparte da educação, aprender a lidar com pessoas diferentes, tratar de assuntos relevantes, não falar mal dos outros, não usar a força para resolver conflitos, demonstrar gentileza e sinceridade no tratamento com os colegas e professores. É justamente na escola que os alunos aprendem as regras básicas de convivência em sociedade. O que cada professor precisa fazer é abrir espaço a fim de que eles aprendam a conviver, se conheçam e se respeitem. Para que todos possam viver juntos e aprender a viver com os outros, a educação tem um papel importantíssimo, e um grande desafio, já que a opinião pública toma conhecimento através dos meios de comunicação e nada pode fazer.

Aprender a Ser
Se o aluno não estiver preparado para compreender que a educação deve em princípio mudar a sua vida, o seu caráter, para depois servir aos outros, então ela falhou. Ela será apenas um instrumento do egoísmo para dominar aos outros.. Educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todos os seres humanos devem ser preparados pela educação que recebem para agir nas diferentes circunstâncias da vida. Só que para isso cada um deverá ter pensamentos autônomos e críticos, personalidade própria. Portanto a educação deve preparar as crianças e os jovens para possíveis descobertas e de experimentação.

CONCLUSÃO
A educação não se apóia exclusivamente, numa fase da vida ou num único lugar. Os tempos e as áreas da educação devem ser repensados, completar-se e interpenetrar-se de maneira a que cada pessoa, ao longo de toda a sua vida, possa tirar o melhor partido de um ambiente educativo em constante ampliação.

Com base nos quatro pilares da educação, compreendemos que profundas mudanças precisam ocorrer no sistema de ensino secular. Pode levar algum tempo para aceitarmos que só se aprende participando, vivenciando, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos. Não se ensina só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

DELORS, Jacques.Educação: Um Tesouro a Descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o século XXI - 6 Edição. - São Paulo:UNESCO, MEC, Editora Cortez, Brasília, DF, 2001, p. 82-104.

Márcia Regina Cabral

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A ORIGEM DAS NOTAS MUSICAIS





A ORIGEM DAS NOTAS MUSICAIS


Na Antiguidade, não havia notação para a expressão musical. A música só podia ser transmitida oralmente: era a tradição oral. Assim foi até por volta do ano 1000 d.C.

Depois escreveram-se os neumas, ou “sinais de respiração”, acima da letra para que o cantor pudesse entoar a melodia.

Passando-se a usar várias vozes — a polifonia —, os neumas tornaram-se insuficientes, e foram acrescentadas letras. Mas esse era um método de notação complicado e pouco satisfatório.

Mais tarde, um verdadeiro gênio, porém desconhecido, traçou uma linha reta horizontal para representar uma nota fixa, escrevendo os neumas abaixo e acima dessa linha colorida.

O monge Hucbaldo (840-930) faz uma verdadeira revolução na notação musical: estabelece a pauta de quatro linhas.

Nos séculos XI e XII, os neumas deixaram de parecer uns rabiscos e tomaram formas mais definidas, quadradas e angulares.

Mais tarde, outra pessoa criou uns traços verticais para dividir as linhas horizontais em partes de duração exatamente iguais.

Finalmente, a partir do século XVII, foi acrescida a quinta linha, constituindo-se o que chamamos de pentagrama, que é a pauta que ainda usamos. Os neumas se arredondaram, tornando-se as notas musicais. Estava completa a notação musical.

O batismo das notas coube ao monge beneditino Guido D’Arezzo (955-1050), que utilizou para isso as sílabas iniciais da primeira estrofe do hino da oração da tarde na véspera da festa do nascimento de São João Batista:
ORIGINAL TRADUÇÃO LIVRE TRADUÇÃO LITERAL
Utqueant laxis DOce, sonoro Para que os servos
REsonare fibris REssoe o canto Possam fazer ressoar com
MIra gestorum MInha garganta As fibras cansadas as
FAmuli tuorum FAça o pregão Coisas maravilhosas dos
SOLve polluti SOLta-me a língua Teus gestos, dissolve a
LAbii reatum LAva-me a culpa Condenação do lábio
Sancte Ioannes Ó São João! Manchado, ó São João!


Daí temos as setes notas representando os sete sons naturais: (Do)ut – ré – mi – fá – sol – lá – si (as duas primeiras letras do nome Sancte Ioannes). No século XVII, o ut passou a ser dó por sugestão de Giovanni Battista Doni.

É preciso chamar a atenção para o fato de que existe outra notação, segundo a qual o nome das notas é indicado por letras. É usado por alguns povos, principalmente os de origem anglo-saxônica (Alemanha, Inglaterra, EUA). Assim, a primeira letra que aparece é “A” que corresponde ao lá. Seguem-se “B” (si), “C” (dó), “D” (ré), “E” (mi), “F” (fá) e “G” (sol).



Informativo Página Cultural Sociedade Cultural Azambuja Brusque/SC. In: Almanaque Santo Antonio, 1996. Organizado por Frei Edrian Josué Pasini, O.F.M. Vozes: Petrópolis, 1995. p. 198 e 199.

African Divas - South Africa - Leleti Khumalo - Sarafina

Rufus Wainwright - Somewhere Over The Rainbow (Palladium)

Rufus Wainwright - Somewhere Over The Rainbow (Palladium)

domingo, 12 de dezembro de 2010



Santíssima Quaternidade
Com A Arte da Fuga, Bach adota o espírito gótico do quadrivium e conduz o contraponto a quatro vozes ao infinito.

A Arte da Fuga é a última obra instrumental do grande Kantor de Leipzig e, ao mesmo tempo, seu Requiem. Tratase de uma daquelas criações do espírito humano que, como as nove sinfonias de Beethoven, o Fausto de Goethe, as obras de Leonardo da Vinci e Michelangelo, superam a produção artística de toda uma época, como picos solitários de um gigantesco maciço rochoso. Bach trabalhou em A Arte da Fuga durante os últimos três anos de sua vida, de 1747 a 1750. Por ironia do destino, a primeira audição mundial dessa obra-prima só ocoreu quase 200 anos mais tarde, em 26 de Junho de 1927. A Arte da Fuga é, certamente, a obra instrumental mais extensa e mais coerente de Bach. Equando à concepção e estruturação, a mais espiritual de toda a música ocidental. Nessa monumental composição - 20 fugas e cânones a quatro vozes sem indicação de instrumentos -, Bach reúne todos os recursos composicionais deisponíveis e os elabora por meio de um processo arquitetônico de completa interpretação. O desenvolvimento da fuga, o adensamento contrapontístico, a riquesa de inter-relações e variações e o planejamento formal e estrutural cíclio e gigantesco - com suas simetrias e relações, com seus contrários complentares e opostos - permitem que o desenvolvimento temático progrida sem interrupção.

A estética da época é a chamada "teoria dos afetos", segundo a qual a música exprime paixões e emoções como ira, amor, cúme, inveja. Mas a expresão de sentimentos - que existia em Bach sempre dentro do ambiente da coletividade luterana, apenas - desaparece agora por completo. Quanto mais o mundo se inclinava para o sensorial e o sentimental, valorizando a individualidade, tanto mais Bach se afastava de seus contemporânos e refugiava-se no passado, que considerava o "espelho do universo". Bach, que vivia a grandiosa tensão entre o mundo antigo e o novo que se anunciava, já não se importava com a realização sonora de sua arte, cuja realidade se encontrava em longínqua abstração. O trabalho artístico significava para ele uma visão puramente espiritual, e os meios dos quais se servia, uma vez despojados do sensorial, chegaram à sublimação máxima.

Na magnífica estrutura de A Arte da Fuga, deve-se reconhecer o príncipio de ordem da ideologia da Idade Média, o qual domina o macro e o microsmos e, até certo ponto, determinava a filosofia estética, a imagem do mundo de J.S.Bach. Nessa obra, vive o espírito gótico do quadrivium - a quaternidade acadêmica da aritmética, geometria, teoria musical e astronomia. De acordo com o quadrivium, de maior status que o trivium (gramática, retórica e lógica), a música seria não apenas prática sonoro-sensorial, mas, sobretudo, scientia mathematica, espiritual e numericamente definível. Essa severidade, baseada no cálculo especulativo e na proporção, na razão e na ordem, buscava a "harmonia mundi", a manutenção da ordem cósmica total. Bach atribuía à arte a tarefa de servir ao divino-transcendental e procurava exprimir, em sua obra, as antigas leis de medida e proporções que regem o mundo.

A idéia construtiva e a imagem sonora fundem-se em uma unidade superior em A Arte da Fuga. As vozes se sucedem, se misturam e se separam; as frases precipitam-se umas sobre as outras, avançando e retrocedendo em ordem, traçando-se gradualmente e destraçando-se em esforço. Mais admirálvel, entretanto, é a transformação do tema que se repete em alturas diversas, a cada vez com novo caráter - ora majestoso e monumental, ora vigoroso e patético, ora doloroso e triste, ora líico e íntimo, elegíaco ou galante. A Arte da Fuga tomou o compositor até seus últimos dias, tendo sido deixada suspensa e inacabada a fuga final. A morte arrancoulhe a pena das mãos, quando ia introduzir, na última fuga, as notas que correspondiam às quatro letras de seu nome (si bemol-lá-dá-si). Já cego, Bach compôs um tema de profunda tristeza e sem igual na música de nossa cultura. Com A Arte da Fuga termina um dos capítulos mais emocionantes da história da música ocidental.

Fonte: Revista - Bravo! - Agosto 2000 - :3 - No:35

sábado, 11 de dezembro de 2010




As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações... Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações.
Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, 25 de novembro de 2010




OS DEGRAUS

Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...


Mário Quintana


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

PARÓQUIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS - MONTES CLAROS





Missa Sertaneja de 2010 no dia do Padroeiro




fotos : Olívio Cerqueira
Pe. Antonio Alvimar na Segunda Cavalgada Sertaneja ( setembro de 2010) no dia do Padroeiro S. Fco. de Assis




A Paróquia São Francisco de Assis em Montes Claros fez a sua segunda celebração da Consciência Negra (21.11.2010) no Dia de Cristo Rei. Uma iniciativa do Nosso Pároco Pe. Antônio Alvimar
que vem Incentivando a comunidade do Bairro Edgar Pereira a fruir a cultura brasileira como também a cultura regional local com manifestações culturais em celebrações.
Penso que esta abertura vem quebrando paradigmas e educando o povo não só com a palavra de Deus mas também sensibilizando-o quanto ao respeito a diversidade, diferenças e igualdades com muita dignidade. Historicamente a Igreja São Francisco de Assis e a do Bairro Independência são as primeira em Montes Claros que ousam a fazer tal prática.

Alem da Consciência Negra já estamos na vanguarda das Cavalgadas, Missa Sertaneja, que já está a caminho da sua terceira versão, onde podemos vislumbrar o resgate das tradicões sertanejas como romarias, penitências, incelenças, etc.

Enfim, estas ações já se tornaram hoje tradição aclamada pelos fiéis costumazes e pela população não só do Bairro mas também de outros bairos e distritos da Paróquia São Francisco de Assis. Lembramos que estas ações positivas são frutos da aceitação do povo, do comércio e de cidadãos de boa vontade que nos brindam com doações e a cada dia vem crescendo o interesse em manter e reafirmar este fenômeno que espero tornar parte e lugar de destaque da manifestações culturais de Montes Claros.


Olívio Rocha Cerqueira - 22 de novembro de 2010




Missa da Consciência Negra em novembro de 2010




















quarta-feira, 17 de novembro de 2010

CONSCIÊNCIA NEGRA - REPOSTANDO




REZA, MARIA

Suam no trabalho as curvadas bestas
e não são bestas
são homens, Maria!

Corre-se a pontapés os cães na fome dos ossos
e não são cães
são seres humanos, Maria!

Feras matam velhos, mulheres e crianças
e não são feras, são homens
e os velhos, as mulheres e as crianças
são os nossos pais
nossas irmãs e nossos filhos, Maria!

Crias morrem á míngua de pão
vermes na rua estendem a mão a caridade
e nem crias nem vermes são
mas aleijados meninos sem casa, Maria!

Do ódio e da guerra dos homens
das mães e das filhas violadas
das crianças mortas de anemia
e de todos os que apodrecem nos calabouços
cresce no mundo o girassol da esperança

Ah! Maria
põe as mãos e reza.
Pelos homens todos
e negros de toda a parte
põe as mãos
e reza, Maria

José Craveirinha

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

TransformARTE: Existência

TransformARTE: Existência

Existência






A existência humana se confrontra na maioria das situações com o bem e mal, com o encanto e com o espanto, o medo e a coragem.As nossas dificuldades de compreender os nossos sentimentos "pode" está na nossa diversidade(do nosso psicosocial e cultural). Penso que somos seres diferentes e ímpares e apesar de tudo isso ...é em nós mesmo que estão as respostas, a chave que abre as possibilidades de compreeder o espanto, deliciar bem pouco com o encanto e compreender que se faz necessário o mal e bem para agir dentro de nós e podermos saber (sabiamente) driblar esses dois impostores.Enfim... a vida é muito curta e não podemos nos ocupar em pensar muito em nós mesmos. Não vivemos conosco a maior parte da nossa existência, fomos criados para interagir com exteriorização total das nossa mazelas íntimas que não nos leva a lugar nenhum na tentativa de achar uma porta nos nossos porões.

Olívio Cerqueira - setembro de 2010

sábado, 13 de novembro de 2010

Dia Mundial da Gentileza é comemorado nesta sexta-feira

Você pratica gentilezas no seu dia a dia? Quais?

Nesta sexta-feira, 13 de novembro, comemora-se o “Dia Mundial da Gentileza” ou “World Kindness Movement”, cujo objetivo é despertar a atenção das pessoas para a importância de atitudes gentis na construção de um mundo mais amável e justo. A data foi estabelecida durante uma conferência entre profissionais de diversos países, em 1996, em Tóquio

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A PROCURA


O carpinteiro consentiu, mas com o tempo será fácil ver que seus pensamentos e seu coração não estavam no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e se utilizou de mão-de-obra e matérias-primas de qualidade inferior. Foi uma maneira lamentável de encerrar sua carreira.
Quando o carpinteiro terminou seu trabalho, o construtor veio inspeccionar a casa e entregou a chave da porta ao carpinteiro.
- Essa é a sua casa. - Ele disse. Meu presente a você.
Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito completamente diferente, não teria sido tão relaxado. Agora ele teria de morar numa casa feita de qualquer maneira






Em algum lugar além do arco-íris,
Bem lá no alto
E os sonhos que você sonhou
Uma vez em um conto de ninar

Em algum lugar além do arco-íris,
Pássaros azuis voam
E os sonhos que você sonhou
Sonhos realmente se tornam realidade

Algum dia eu desejarei em cima de uma estrela
E acordarei onde as nuvens estarão bem atrás de mim
Onde problemas derretem como balas de limão
Longe, acima dos topos das chaminés, é onde você me encontrará
Em algum lugar além do arco-íris, pássaros azuis voam
E o sonho que você desafiar, porque então, oh porquê eu não posso?

Bom, eu vejo árvores verdes e
Rosas vermelhas também
Eu vou assisti-las florescer pra mim e pra você
E eu penso comigo
Que mundo maravilhoso

Bem, eu vejo os céus azuis e as nuvens brancas
E o brilho do dia
Eu gosto do escuro e eu penso comigo
Que mundo maravilhoso

As cores do arco-íris tão bonitas no céu
Também estão no rosto das pessoas que passam
Eu vejo amigos apertando as mãos
Dizendo, "como vai você?"
Eles estão realmente dizendo, "eu... eu amo você!"

Eu ouço bebês chorando e eu os vejo crescer
Eles vão aprender muito mais do que
Nós saberemos
E eu penso comigo
Que mundo maravilhoso

Algum dia eu desejarei em cima de uma estrela
E acordarei onde as nuvens estarão bem atrás de mim
Onde problemas derretem como balas de limão
Longe, acima dos topos das chaminés, é onde você me encontrará
Em algum lugar além do arco-íris, bem lá no alto
E o sonho que você desafiar, porque, oh porquê eu não posso?


sexta-feira, 8 de outubro de 2010




A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?

Charles Chaplin






DOS MILAGRES

O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloqüência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!

Mário Quintana


sábado, 2 de outubro de 2010





DANÇA DAS FLORES

Flor do jardim,
flor que deveria
ser da primavera,
mas que preferiu
enganar as estações.
Leve flor carregada
pelo vento.
E nele desliza
como que em
delicada dança,
Flor que teve por par a brisa.
Brisa que acalmou o vento,
do som que se escondia no silêncio,
dos segredos que, embora ditos,
somente foram ouvidos
pelos que tinham ouvidos de ouvir,
pois que escutavam
com a alma,
pois que conheciam
os caminhos do coração.
Flor que é
delicadeza no botão,
e esplendor
no seu momento mágico.
Flor que decora
o circo da vida,
onde os pecados
convivem com as virtudes,
onde o perdão os liberta,
e os transforma
em sementes renovadas.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A VERDADE




A VERDADE

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os dois meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram a um lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em duas metades,
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
As duas eram totalmente belas.
Mas carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.


Carlos Drumond de Andrade

terça-feira, 28 de setembro de 2010

PENITÊNCIA



”Enfeite-se com margaridas e ternuras
E escove a alma com flores
Com leves fricções de esperança
De alma escovada e coração acelerado
Saia do quintal de si mesmo
E descubra o próprio jardim...”

Carlos Drummond de Andrade


domingo, 26 de setembro de 2010

ELEMENTOS SERTANEJOS

ARRUMAÇÃO PARA A MISSA SERTANEJA

PARÓQUIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS - BAIRRO EDGAR PEREIRA

MONTES CLAROS - MG

PENITENCIA

PARÓQIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS - 25.09.2010

ATO PENITENCIAL

A

domingo, 19 de setembro de 2010

TransformARTE

TransformARTE







Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

Vinícius de Morais



sexta-feira, 17 de setembro de 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

REPORTAGEM AGÊNCIA MINAS

VI ENCONTRO MINEIRO DAS CEB`S EM MONTES CLAROS



Para Revers, "estamos em um momento delicado, no que se refere às eleições. Temos de recuperar elementos político-partidários que nos foram roubados. A figura central das eleições é o marqueteiro e o candidato é sua mercadoria. Não estão em questão projetos e sim fantasias do belo. Os marqueteiros vendem os candidatos e não discutem problemas. A política virou balcão de negócios”, criticou. A primeira parte das ações do segundo dia do Mineiro das CEBs no Eixo Ecológico foi finalizada com a apresentação cultural de adolescentes autores de atos infracionais do sistema sócioeducativo da Secretaria de Estado de Defesa Social.

Coordenador de Oficinas de Arte do sistema, Olívio Rocha Cerqueira, que liderou a Equipe de Ornamentação neste Eixo, mostrou iniciativas com os adolescentes que criam novas perspectivas e tornam esses jovens mais sensibilizados quanto à questão da re-inserção e responsabilidade social. “A arte é o fio condutor de todo o processo”, afirmou Cerqueira. A plateia ficou encantada com o número e aplaudiu de pé os adolescentes. Anilde Dias de Paula comentou a importância do contato dos jovens com manifestações artísticas. “O período da adolescência é decisivo na vida da jovem. Geralmente, coincide com a sua geração de identidade. Os adolescentes podem, a partir de iniciativas como esta, retomarem o seu protagonismo social”, apontou.




O Sono do João

O João dorme... (Ó Maria,
Diz àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João acordar...)

Tem só um palmo de altura
E nem meio de largura:
Para o amigo orangotango
O João seria... um morango!
Podia engoli-lo um leão
Quando nasce! As pombas são
Um poucochinho maiores...
Mas os astros são menores!

O João dorme... Que regalo!
Deixá-lo dormir, deixá-lo!
Calai-vos, águas do moinho!
Ó Mar! fala mais baixinho...
E tu, Mãe! e tu, Maria!
Pede àquele cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João acordar...


O João dorme, o Inocente!
Dorme, dorme eternamente,
Teu calmo sono profundo!
Não acordes para o Mundo,
Pode levar-te a maré:
Tu mal sabes o que isto é...

Ó Mãe! canta-lhe a canção,
Os versos do teu Irmão:
"Na vida que a Dor povoa,
Há só uma coisa boa,
Que é dormir, dormir, dormir...
Tudo vai sem se sentir."

Deixa-o dormir, até ser
Um velhinho... até morrer!

E tu vê-lo-ás crescendo
A teu lado (estou-o vendo
João! que rapaz tão lindo!)
Mas sempre sempre dormindo...

Depois, um dia virá
Que (dormindo) passará
do berço, onde agora dorme,
Para outro, grande, enorme:
E as pombas que eram maiores
Que João... ficarão menores!

Mas para isso, ó Maria!
Diz àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João acordar...

E os anos irão passando.

Depois, já velhinho, quando
(Serás velhinha também)
Perder a cor que, hoje, tem,
Perder as cores vermelhas
E for cheinho de engelhas,
Morrerá sem o sentir,
Isto é, deixa de dormir:
Acorda e regressa ao seio
De Deus, que é d'onde ele veio...

Mas para isso, ó Maria!
Pede àquela cotovia
Que fale mais devagar:

Não vá o João acordar...







Araújo & Sobrinho, Suc., Porto, 1931, 5ª edição

sábado, 7 de agosto de 2010

ORAÇÃO




”Anjo deLuz, guardião da minha vida. A ti fui confiado pela santa misericórdia de Deus. Ilumina a minha alma, guarda-me dos males, orienta a minha inspiração, fortalece a minha sintonia com Deus e torna-me forte diante dos percalços. Lembra-me todos os dias de não julgar nem ferir. Tinge a minha mente de amor e harmonia, para que eu possa tornar o mundo melhor, agora e para todo o sempre.
Amém."


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

GUIMARÃES ROSA

“O senhor… mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra montão.“

João Guimarães Rosa

domingo, 1 de agosto de 2010

POEMA DE AMOR




SUAVE AMOR


É tão suave a tua mão na minha face

Já não me sinto tão sozinho

Na praia triste do meu ser

Oh, meu amor...


É tão suave a minha espera

Pois sei que não me deixará!

Não! Nunca mais...


O rio vai ao mar

Como eu vou te encontrar

Vivendo esse suave amor

Esse tão grande amor...

Esse imenso..

Esse suave amor.


Olívio Cerqueira (outono de 2001)


FLOR DO IPÊ




Flor do ipê que cai dolente
Na terra ocre do gerais
Parece um tapete rosa
Onde eu choro os meus ais.

Quando eu passar não
Não jogues flores pelo chão
Cada flor que o vento leva
Faz doer meu coração
Ai...faz doer meu coração.

Existem flores mais formosas
A do ipê eu amo mais
Pois faz lembrar da minha terra
Nas tardes frias outonais.

O ipê roxo é paixão.
O amarelo a alegria
O rosa é a poesia
Que mora no meu coração

Quando eu passar não
Não jogues flores pelo chão
Cada flor que o vento leva
Faz doer meu coração
Ai...faz doer meu coração.

Olívio Cerqueira

outono de 2010

PEQUIZEIRO



PEQUIZEIRO EM FLOR

Passo preto na gaiola
Fez um buraquim vuô,
assentou num pequizeiro
Cobertinho de fulô

O meu amor fez como o passarinho
Partiu voando sem dizer adeus
Me fez chorar, me fez cantar de dor...

Vivo agora nesse mundo triste
A chorar a perda desse amor
Os meus olhos já não podem ver
Um pequizeiro em flor.

Olívio Cerqueira

Inverno de 2002


Suave amor


É tão suave a tua mão na minha face

Já não me sinto tão sozinho

Na praia triste do meu ser

Oh, meu amor...


É tão suave a minha espera

Pois sei que não me deixará!

Não! Nunca mais...


O rio vai ao mar

Como eu vou te encontrar

Vivendo esse suave amor

Esse tão grande amor...

Esse imenso..

Esse suave amor.


Olívio Cerqueira (outono de 2001)


sábado, 31 de julho de 2010

AFRICANOS

NÃO SEI QUEM SOU





Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Fernando Pessoa